Praia da Barra: Painel de Zé Augusto
Criada freguesia em 23 de junho de 1910 e paróquia em 31 de agosto do mesmo ano, a Gafanha da Nazaré é elevada a vila em 1969. A cidade veio em 2001, por mérito próprio. O seu desenvolvimento demográfico, económico, cultural e social bem justifica as promoções que recebeu do poder constituído no século XX, a seu tempo reclamadas pelo povo.
A Gafanha da Nazaré é obra assinalável de todos os gafanhões, sejam eles filhos da terra ou adotados. De todos os pontos do País, das grandes cidades e dos mais pequenos recantos, muitos chegaram e se fixaram, porque não lhes faltaram boas condições de vida.
A Gafanha da Nazaré é, hoje, uma mescla de muitas e variadas gentes, que, com os seus usos e costumes e muito trabalho, enriqueceram, sobremaneira, este rincão que a ria e o mar abraçam e beijam com ternura.
O Decreto-lei n.º 32/2001, publicado no Diário da República de 12 de julho do mesmo ano, foi aprovado pela Assembleia da República em 19 de abril de 2001, registando em 7 de junho desse ano a assinatura do Presidente da República, Jorge Sampaio.
O povo comemorou a elevação a cidade com muita alegria, precisamente no dia da aprovação, pelo Parlamento, do desejo das autoridades e de quantos sentem esta terra como sua. A legitimidade popular consagrou essa data, 19 de abril, como data de festa, sobrepondo-se à assinatura do Presidente da República.
Este título de cidade colocou a nossa terra com mais propriedade nos mapas e roteiros. Mas se é verdade que o hábito não faz o monge, temos de reconhecer que pode dar uma ajuda. Como cidade, passou a reivindicar infraestruturas mais consentâneas com esse título, podendo os gafanhões assumir este acontecimento como marco histórico da sua identidade, como cidadãos de pleno direito.
Fernando Martins
Do livro "Gafanha da Nazaré: 100 anos de vida"
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