1910-1919
Igreja inaugurada em 14 de janeiro de 1912 |
A freguesia da Gafanha da Nazaré é criada numa época marcada por algumas transformações importantes, tanto para o País como para a Igreja Católica. Os moradores, povo crente, sabem escudar-se na Igreja e nas suas organizações para cimentar novas raízes neste espaço de areias soltas e movediças, onde levantam modestas habitações.
Como desde os primeiros tempos da sua fixação, nesta zona de ria e mar, a construção das habitações convoca a troca de saberes e a ajuda mútua. Desde o fabrico dos adobes, nas dunas, terra de ninguém e de um ou outro proprietário, junto à actual Mata da Gafanha, até ao levantar da casa em terreno oferecido pelos pais dos nubentes.
Erguidas as paredes, apenas deixam mais ou menos concluídos a cozinha e um quarto. Tudo o mais fica para mais tarde, quando houver poupanças ou heranças. Quarto de banho não existe, mas não faltam os currais para o gado e para a criação.
A agricultura em terrenos dos pais ou arrendados é a base da subsistência. Outros “andam de fora” como jornaleiros e seareiros, expressão usada nos registos de casamento, baptizado ou óbito.
Depois a pesca, as obras da barra, estaleiros, as secas e demais empresas ligadas às indústrias e comércio. Há conhecimento de que gafanhões emigram para os Estados Unidos e para o Brasil.