sábado, 27 de fevereiro de 2016

Gafanha da Nazaré — Primeira Década

1910-1919

Igreja inaugurada em 14 de janeiro de 1912

A freguesia da Gafanha da Nazaré é criada numa época marcada por algumas transformações importantes, tanto para o País como para a Igreja Católica. Os moradores, povo crente, sabem escudar-se na Igreja e nas suas organizações para cimentar novas raízes neste espaço de areias soltas e movediças, onde levantam modestas habitações.
Como desde os primeiros tempos da sua fixação, nesta zona de ria e mar, a construção das habitações convoca a troca de saberes e a ajuda mútua. Desde o fabrico dos adobes, nas dunas, terra de ninguém e de um ou outro proprietário, junto à actual Mata da Gafanha, até ao levantar da casa em terreno oferecido pelos pais dos nubentes. 
Erguidas as paredes, apenas deixam mais ou menos concluídos a cozinha e um quarto. Tudo o mais fica para mais tarde, quando houver poupanças ou heranças. Quarto de banho não existe, mas não faltam os currais para o gado e para a criação. 
A agricultura em terrenos dos pais ou arrendados é a base da subsistência. Outros “andam de fora” como jornaleiros e seareiros, expressão usada nos registos de casamento, baptizado ou óbito.
Depois a pesca, as obras da barra, estaleiros, as secas e demais empresas ligadas às indústrias e comércio. Há conhecimento de que gafanhões emigram para os Estados Unidos e para o Brasil.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Alberto Ferreira Martins merece ser recordado


Reedito o talão correspondente ao primeiro subscritor dos 85 gafanhões que se responsabilizaram pela construção da igreja da Gafanha da Nazaré, antes ainda da nossa terra ser paróquia e freguesia, o que veio a acontecer apenas depois do decreto de D. Manuel II, rei de Portugal. assinado em 23 de junho de 1910.
Nas minhas buscas sobre a nossa terra, o senhor Alberto Ferreira Martins era pessoa habitualmente presente e com habilitações, o que se prova, no mínimo, pela caligrafia que usava. As atas da Junta de Freguesia, que tive o cuidado de ler e de transcrever algumas, no tempo em que não havia fotocópias, mostravam que o senhor Alberto Martins escrevia corretamente. Nessa altura, perguntei algo sobre ele, mas nada de relevante descobri. Fiz mal. Hoje lembrei-me de voltar ao tema. Espero encontrar algumas portas abertas, porque ele merece ser recordado. Vou aguardar algumas informações dos amigos.

Aos homens do mar

  Aos homens da nossa terra, que do mar fizeram a sua vida. Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré 1996 «Ó mar salgado, quanto do teu sal s...