sexta-feira, 30 de maio de 2008

A Memória

Farol na fase da construção


Quando me propus registar pedaços da história da Gafanha da Nazaré, ouvidos uns e vividos outros, socorri-me da memória. E logo reconheci, de forma mais palpável, a sua importância. Com ela, e graças a ela, consigo desenhar percursos, meus e de outros, e compreender os alicerces das gentes desta terra que durante muitas décadas construíram a aldeia, depois a freguesia e mais tarde a vila e a cidade.
Senti, então, enquanto retrocedia no tempo, como a memória explica sentimentos, quantas vezes esculpidos nos acontecimentos que vivi ou vi de perto, mas também que foram experimentados por tantos outros e que passaram de boca em boca. Com a memória revivi interrogações, desafios, barreiras e sucessos que encheram a alma dos gafanhões.
Qual montanha que foi crescendo em mim, a memória permitiu-me um olhar crítico sobre o passado. E lá do cimo, ao mesmo tempo que me mostrou panorâmicas a perder de vista, contemplei suor e lágrimas de quem apostou transformar dunas estéreis em terra fértil, à custa de canseiras e de uma determinação exemplar.
A memória diz-me que povo aqui se fixou: povo que apostou em vencer, recuando e crescendo, planeando e desistindo; povo que construiu e destruiu até encontrar o ponto certo da sua identidade, marcada pelo mar e pela ria que a foram moldando.
Os usos e costumes que antes de nós foram cultivados, que vivemos e que ajudámos a transmitir às gerações mais novas, aí estão na minha memória, como fatia insignificante, mas riquíssima, ou qual grão de areia minúsculo do universo. Com uma singularidade própria, apesar de tudo, que enriquece a história do povo gafanhão.
Se pensarmos bem, cada um de nós faz parte de uma tribo ou clã, com seus hábitos, a vários níveis: familiares, sociais, políticos, educativos, culturais e religiosos. Hábitos que, se não forem acautelados e preservados, poderão perder-se de forma irreparável, perdendo-se também o substrato da nossa maneira de ser e de pensar, da nossa educação, das nossas inclinações ou tendências, da nossa personalidade.
A memória ainda me diz que as nossas ânsias de saber e de progredir em vários campos, inclusive espirituais, estão profundamente ligadas a muito do que herdámos dos nossos antepassados e que fomos burilando ao sabor da nossa capacidade de interiorizar, mas também assumindo culturas e valores que armazenámos no nosso inconsciente ou subconsciente.
Daí o meu bem-haja à minha memória, que será a garantia de que muito poderei oferecer aos meus leitores. Outras ofertas virão de documentos e de relatos que ao longo da vida fui registando e arquivando.

Fernando Martins

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Lugares da Gafanha da Nazaré

A Gafanha da Nazaré estava dividida em diversos lugares, fundamentalmente para definir a residência dos seus moradores. As habitações, na sua maioria modestas, eram construídas segundo a disponibilidade de terreno dos gafanhões. Mesmo nos princípios do século XX, as ruas e estradas eram poucas, fazendo-se as ligações às terras vizinhas, aos campos agrícolas ou entre os habitantes por simples caminhos de areia, que o rodado dos carros das vacas iam marcando. Não havia outra forma de indicar, por isso, as moradas dos gafanhões, que por estes areais se foram fixando. Foi, pois, natural a divisão da Gafanha da Nazaré em lugares, com designações que ainda hoje perduram, mas já sem qualquer importância. Presentemente, com ruas baptizadas e numeração das portas, é muito fácil dar com a casa ou pessoa procurada. Para a história, portanto, aqui ficam os lugares da Gafanha da Nazaré: Bebedouro, Cale da Vila, Cambeia, Chave, Forte da Barra, Marinha Velha, Praia da Barra e Remelha (ou Romelha?). Sobre cada lugar hei-de pronunciar-me num futuro próximo. FM

Auto de Revista da Capela de Nossa Senhora da Nazaré

“Aos trinta do mês de Julho do anno do Nascimento de N. S. Jesus Christo de mil novecentos e dez, no logar da Gafanha e do concelho d’Ilhavo d’esta Diocese de Coimbra, compareceram o M. R. Arcypreste do Districto Eclesiástico d’Aveiro, Manuel Ferreira Pinto de Sousa, comigo António Joaquim Soares de Rezende, escrivão mas em cumprimento da Ordem junto que lhe foi dirigida pelo Exm.º e Rev.mo Prelado diocesano, para responder aos artigos na mesma mencionada, para a creação duma nova parochia no referido logar da Gafanha, creada por decreto de vinte e três de Junho do corrente anno. E, passado, digo, passando o M. R. Arcypreste a responder, sobre os mesmos artigos, disse ao primeiro, que o Orago da nova freguesia devia ser - Nossa Senhora da Nasareth - por ser esta a vontade dos novos parochianos (o que acha muito justo) visto que a mesma Capella foi sempre dedicada a Nossa Senhora da Nazareth; ao segundo verificou que a dita capella mede de comprimento dezanove metros e oito de largura e portanto tem a capacidade necessária para n’ella ser erecta provisoriamente a nova parochia, em quanto não se conclue o novo templo destinado ao mesmo fim, que se acha em adiantada construção e fica de grandes dimensões; Ao terceiro que na referida capella há vasos sagrados, paramentos, alfaias e todos os utensílios indispensáveis n’uma egreja parochial e tudo em perfeito estado de conservação e aceio; e ao quarto que também se acha já assente na mesma capella a pia baptismal, que é nova. E dando por concluido, o M.R. Arcypreste as diligências, mandou escrever este auto que por elle vai ser assignado, depois de lido por mim, Padre António Joaquim Soares de Rezende, escrivão ad hoc que o escrevi e assigno. Manuel Ferreira Pinto de Sousa António Joaquim Soares de Rezende.

NOTA: A criação de uma freguesia impunha a existência dum templo digno para o culto. Para verificar isso mesmo, deslocou-se à Gafanha, ao lugar da Chave, em 30 de Julho de 1910, o Arcipreste do Distrito Eclesiástico de Aveiro, Diocese de Coimbra, para verificar se estava tudo conforme as leis da Igreja Católica.

FM

terça-feira, 27 de maio de 2008

Avenida José Estêvão

A actual Avenida José Estêvão está completamente diferente. Não na sua matriz original, que se mantém a mesma recta, mas em tudo o que a envolve. Os prédios abraçam-na, agora, completamente, e os passeios laterais são uma realidade palpável, permitindo boas caminhadas.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A Casa Gafanhoa

Desde menino que me habituei a frequentar a casa do tio João. Ia lá todos os dias, à noite, buscar o leite para o almoço. Almoço era a primeira refeição do dia. As outras duas refeições eram o jantar, por volta do meio-dia, e a ceia, noite dentro, quando terminavam os trabalhos agrícolas. Só na minha juventude é que se verificou a mudança, estabelecendo-se o pequeno-almoço, almoço e jantar. Mas esta nova ordem não entrou facilmente nos hábitos dos gafanhões.
Conta-se, com alguma graça, que uma jovem costumava chamar a irmã mais velha que namorava à porta de casa, para vir para dentro, para jantar, porque a ceia já estava na mesa. A ida ao leite era um ritual que envolvia crianças e adolescentes, cujas famílias não tinham vacas turinas. À tardinha, muitos se juntavam à porta do tio João. Uns à espera do leite e outros à cata de namoricos. Conversava-se e brincava-se. Corridas, “escondidas”, “agarra”, “lencinho”, “pião” e “calarotes”, entre outros, eram jogos animados que ninguém dispensava. Mas a magia de ver mungir as vacas, “tirar o leite” como então se dizia, atraía toda a malta. O tio João, sempre sorridente, lá nos explicava, exemplificando, como se procedia à ordenha.
Aproximávamo-nos temerosos, com medo de algum coice do animal, e ele, brincando, brindava-nos com um esguicho de leite que saía da teta da vaca. Era uma risada, com o leite quente a atingir-nos nas faces curiosas. E até havia quem frequentemente pusesse a boca a jeito para receber aquele leite quente e saboroso. Quando pela primeira vez entrei em casa do tio João confirmei que era muito semelhante às casas dos outros gafanhões agricultores que eu já conhecia. Um pouco melhor, que o nosso patriarca era pessoa de bom gosto e de bens.
Havia quartos para toda a família, mobilados e com boas roupas de cama. Notava-se asseio e mãos de mulher no arrumo de tudo. Eram as mãos da esposa, mas também das filhas solteiras que viviam mais para a casa do que para a agricultura. Nas habitações normais dos demais lavradores, a cozinha lá tinha a trempe de ferro, panelas de três pés, aparadores, mesa e bancos toscos, talheres de ferro e de cabo de osso, passando pela cantareira com a respectiva cântara de ir à fonte buscar água. Era um hábito de muitas famílias beber água da fonte, que não era mais do que um poço aberto nos areais da mata da Gafanha. Dava gosto beber essa água pela sua limpidez e pela frescura que lhe era dada pela cântara de barro.
Na cozinha de fora, mais modesta, quase sempre de chão de junco, havia o forno onde se cozia a sempre apetecida boroa de milho. E com que apetite era esperada a bola (boroa pequena e achatada, feita do resto da massa que ficava agarrada aos lados interiores da gamela) para comer com chouriço ou alguma carne de porco, mesmo gorda. Panelas e tachos cobertos de sucessivas camadas de fumo, que era sempre muito quando se cozinhava, já que se fazia o aproveitamento de tudo o que pudesse arder: talos de couves, gravetos de árvores, bicas, pinhas, caroços de milho e serrim, entre outros combustíveis sólidos. Era preciso poupar e tudo servia para evitar a compra de lenha.
Com o serrim, que era fornecido pelas serrações e pelos estaleiros, utilizava-se o “sarico”, feito de uma lata de tinta, vazia, com um furo lateral por onde se chegava o lume. Enchia-se de serrim, havendo o cuidado, primeiro, de lhe introduzir duas garrafas, uma na horizontal, que dava para o tal furo, e outra na vertical, que pousava sobre a primeira.
Assim ficava uma parte oca, entre o serrim, por onde ele começava a arder, para cozinhar a apetitosa sopa das nossas avós, onde não faltava nada, desde os feijões, duros de cozer, que lhe emprestavam o nome, até às batatas, passando por couves, nabos, arroz, massa, toucinho, chouriço e morcela. Era o tal caldo gafanhão onde, depois de frio, se podia espetar uma colher que ela não caía. Ao lado, num compartimento mais sombrio e mais fresco, quase sempre sem janelas, estava a salgadeira que guardava o porco, governo de todo o ano.

 FM

domingo, 25 de maio de 2008

Júlio Dinis na Gafanha


Aveiro, 28 de Setembro de 1864

Meu caro Passos

Escrevo-te de Aveiro. São 7 horas da manhã de um histórico dia de S. Miguel. Acabo de me levantar. Acordou-me o silvo da locomotiva. Abri de par em par as janelas a um sol desmaiado que me anuncia o Inverno.
A primeira coisa que este sol alumiou para mim, foi a folha de papel em que te escrevo; aproveito-a, como vês, consagrando-te neste dia os meus primeiros pensamentos e o meu primeiro quarto de hora.
Aveiro causou-me uma impressão agradável ao sair da estação; menos agradável ao internar-me no coração da cidade, horrível vendo chover a cântaros na manhã de ontem, e imensas nuvens cor de chumbo a amontoarem-se sobre a minha cabeça, mas, sobretudo intensamente aprazível, quando, depois de estiar, subi pela margem do rio e atravessei a ponte da GAFANHA para visitar uma elegante propriedade rural que o primo, em casa de quem estou hospedado, teve o bom gosto de edificar ali.
Imaginei-me transportado à Holanda, onde, como sabes, nunca fui, mas que suponho deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela.
Proponho-me visitar hoje os túmulos de Santa Joana e o de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que vim aqui.
A casa em que eu moro fica fronteira à que pertenceu ao José Estêvão. Há ainda vestígios das obras que ele projectava fazer-lhe e que, por sua morte, ficaram incompletas. Tudo isto se vendeu, e dizem que por uma ninharia.
Cheguei a Aveiro um pouco dominado pela apreensão de que talvez viesse ser infeccionado pelos eflúvios pantanosos da terra e cair atacado por sezões, circunstância que não obstante o colorido local que me havia de dar, nem por isso me havia de ser muito agradável.
Nada porém de novo me tem por enquanto sucedido, e continuo passando bem, e, o que é mais, engordando.
E tu? Estás ainda em Paranhos? Sentes alguma mudança para melhor nos teus impertinentes incómodos? Aconselho-te a que não te atemorizes à perspectiva de um inverno na aldeia; por feio que seja sempre é melhor que o da cidade, principalmente para quem, como tu, não goza nela aquilo que para a maioria das pessoas torna preferível a última.
Tua mana continua melhor?
O Eugénio de quem fui companheiro de viagem de Ovar até a Aveiro, deu-me notícias favoráveis dela e espero que melhor as daria hoje se a visse.
Não tardará muito que eu te procure ou no Porto ou em Paranhos. Está a expirar o mês de Setembro e eu dou em breve por terminada a minha excursão.
Se falares com o Nogueira Lima recomenda-me e dize-lhe que o azulejo da cozinha dos Bernardos de Alcobaça lhe será entregue depois da minha chegada ao Porto.
Recomenda-me igualmente, tendo ocasião, ao Augusto e ao Alfredo e, se puderes escreve ao

teu amigo do coração
J. G. Gomes Coelho
:
In "Cartas e esboços literários"
:
NOTA: Joaquim Guilherme Gomes Coelho era o nome do escritor Júlio Dinis

sábado, 24 de maio de 2008

Decreto Real da Criação da Freguesia

D. Manuel II

“Tendo subido à Minha Real Presença a representação em que muitos habitantes do logar da Gafanha, freguesia d’O Salvador, de Ilhavo, no concelho d’esta denominação, distrito administrativo de Aveiro, e diocese de Coimbra, pedem a creação de uma freguesia no referido logar da Gafanha, tendo ali a sua séde; Considerando que se mostra do processo ser a providencia reclamada de grande conveniencia para o bem espiritual dos requerentes, sem prejuizo para a conservação d’aquella freguesia; Considerando que no dito logar da Gafanha, segundo as informações havidas, ha pessoal suffeciente para o exercicio dos cargos parochiaes; Considerando que é justo arbitrar a congrua do parocho da nova freguesia em cem mil reis, de derrama annualmente; Considerando que na circunscripção parochial deve attender-se a commodidade dos povos; Conformando-me com os pareceres das superiores auctoridades, ecclesiastica e administrativa, e com a consulta do Supremo Tribunal Administrativo; e Usando da auctorização concedida na lei de quatro de Junho de mil oitocentos cinquenta e nove, e no artigo terceiro, paragrapho quatro, numero terceiro do Codigo Administrativo: Hei por bem Determinar que pelos meios competentes se proceda à creação de uma nova parochia com a séde no logar da Gafanha, que será desanexada da referida freguesia d’O Salvador de Ilhavo. O Presidente do Conselho de Ministros, Ministro e Secretario d’Estado dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça o tenha assim entendido e faça executar.
Paço em vinte e tres de Junho de mil novecentos e dez (assignado) Rei

- Francisco António da Veiga Beirão
- Está conforme o original
- Secretaria d’Estado dos Negocios Ecclesiasticos e de Justiça em 30 de Junho de 1910.”

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Igreja Matriz e Porto Bacalhoeiro

Igreja matriz

Porto bacalhoeiro

NOTA: Clique nas fotos para ver melhor

Denomina-se Gafanha...

:
“Denomina-se Gafanha toda a região arenosa dos concelhos de Ílhavo e Vagos com cerca de 25 quilómetros de comprimento por 5 de largura, abraçada do Norte ao Sul (lado poente) pelo rio Mira e do Norte ao Sul (lado nascente) pelo rio Boco, afluentes da Ria-de-Aveiro, e confinando pelo Sul com uma linha que, saindo dos Cardais de Vagos, vai fechar ao Norte do lugar do Poço-da-Cruz, freguesia de Mira. Pela identidade da sua origem, topografia, condições de vida, costumes, etc., consideramos como uma continuação da Gafanha a duna situada naqueles dois concelhos, entre o Oceano e a Ria.” “Monografia da Gafanha”, 2.ª edição, 1944, do Padre João Vieira Rezende

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Quando passei na Gafanha...

“Quando passei na Gafanha, vi as cachopas da beira-rio, todas molhadas, sempre metidas na água a rapar o moliço. Feias e ingénuas. A uma calculei-lhe: – Tem para aí treze ou catorze anos. – Tenho vinte e um, e três filhos, respondeu. – Outra tinha ficado a olhar para mim com olhos inocentes de bicho e as mãos postas sobre os seios redondinhos – sobre aquilo, como diz a Ti Ana, que o Senhor lhe deu e ela precisa…
A Ti Ana Arneira, com cuja amizade me honro, é um dos meus melhores conhecimentos da Gafanha. Mulher capazona, como por lá se diz. Acompanha-me pelo areal, e conta-me logo à primeira a sua vida. Tipo atarracado e forte, de grossos quadris, vestida de escuro, chapéu na cabeça e aguilhada em punho. O homem foi para o Brasil há muitos anos (– É o rei dos homes!...), ficou ela e os filhos por criar. Criou-os todos. Netos, doenças, lutos. Nunca desanimou. A força que a sustenta é admirável, profunda, e radicada, como a de quase todas as mulheres do povo que conheço. Deitou-se à vida – lavrou campos. Vieram mais aflições e outras mortes.
– Então de que lhe morreram os filhos?
– Sei lá, a morte não se quer culpada. Era preciso sustentar a família. Pegou nos bois e no carrinho e começou a transportar sal da Gafanha para Mira. Fez mais: antigamente no Arião também havia companhas, e quando faltava um pescador a Ti Ana agarrava-se ao remo como um homem e ia ao mar no barco. – Nem do diabo tenho medo. Só tenho medo aos cães loucos. – A extensa planície que atravessa, duas, três vezes por dia, é um deserto. A Ti Ana vai e vem de noite, sozinha, com os bois que lhe fazem companhia. Agora tem um campo, barcos para o moliço, novos netos para criar – e olha cara a cara o destino sem esmorecer. A sua vida é uma grande lição de energia.” In “Pescadores” de Raul Brandão

terça-feira, 20 de maio de 2008

GALAFANHA

Galafanha terá sido a origem da palavra Gafanha... Belo ponto de partida para uma reflexão periódica, sem data certa, ao sabor da maré. O tema será sempre GAFANHA DA NAZARÉ. Aceitam-se, naturalmente, contributos fidedignos. FM

Aos homens do mar

  Aos homens da nossa terra, que do mar fizeram a sua vida. Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré 1996 «Ó mar salgado, quanto do teu sal s...