Por Maria Donzília Almeida
Lar de Idosos
«Quando
a velhice chegar, aceita-a, ama-a.
Ela é abundante em prazeres se souberes
amá-la.
Os anos que vão gradualmente declinando
estão entre os mais doces da
vida de um homem,
Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos,
estes ainda reservam prazeres.»
Séneca
«Amar uma pessoa
significa...
querer envelhecer com ela»
Albert Camus
Com o
envelhecimento da população e a crescente participação da mulher, no mercado de
trabalho, houve a necessidade de criar infra-estruturas materiais para acolher
os idosos, no final da sua peregrinação na terra.
Assim, proliferou
por todo o país, a abertura de “armazéns” polivalentes, para albergar aquela
franja da população, que noutras épocas, não muito distantes, era levada para o
monte! Felizmente, que só para alguns, os velhinhos são reduzidos à pura
inutilidade.
Vivemos numa
cultura do show off, em que se
investem somas avultadas nas festas mundanas, mas não se acautela a herança a
deixar aos vindouros. Estes são o espelho do ambiente onde vivem e reproduzirão
um dia, para com os seus progenitores, os valores do respeito e valorização dos
avós, neles incutidos!
Como nem tudo se
pode pôr no mesmo saco, há a ter em conta que alguns idosos, quando chegam à
fase terminal das suas vidas, não têm o apoio de ninguém da família para cuidar
deles. Seja porque nunca tiveram descendência, seja porque o afastamento da
prole em terras distantes não permite a prestação desses cuidados geriátricos,
a sociedade viu-se compelida a dar resposta a essas lacunas.
Surgiu assim, a
ideia de criar a essas pessoas, o ambiente acolhedor e ao mesmo tempo prestador
de cuidados médico-sanitários, só que no coletivo! Aparecem assim os lares,
alguns com boas instalações e uma gestão dos recursos humanos e materiais, a
todos os níveis, louváveis.
Insere-se neste
âmbito, o Lar da Gafanha do Carmo, que fiquei a conhecer, em pormenor, aquando
duma visita guiada, no acompanhamento do progenitor num reencontro com um amigo
da juventude e utente desta instituição.