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domingo, 5 de maio de 2019

Gafanha do Carmo — Breves apontamentos

Igreja da Gafanha do Carmo

A Gafanha do Carmo insere-se, por direito próprio, na região das Gafanhas, sendo inicialmente conhecida por Gafanha dos Caseiros, por razões compreensíveis: predominavam naqueles areais os caseiros, cultivando terras de proprietários provavelmente abastados ou pouco dados aos trabalhos agrícolas. Sem mais delongas, admitimos que as origens dos caseiros eram as mesmas das demais Gafanhas. Contudo, sabe-se que as suas mais naturais ligações foram com os povos da vizinha Gafanha da Encarnação, mas oficialmente aquele lugar estava formalmente integrado na freguesia de São Salvador, Ílhavo, a partir do século XIX. Antes, todas as Gafanhas pertenciam a Vagos.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Criação da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo





A comunidade da Gafanha do Carmo começou por ser paróquia, sendo desmembrada da Gafanha da Encarnação em 6 de novembro de 1957, por decreto de D. João Evangelista, Arcebispo-Bispo de Aveiro. Nele, D. João confirma que atendeu à petição dos chefes de família, à concordância do pároco da Gafanha da Encarnação e aos compromissos assumidos pela Comissão Promotora, quanto à côngrua a atribuir ao pároco e às obras a realizar na capela do lugar e à aquisição da residência paroquial. Decreta ainda, para além dos limites com as freguesias vizinhas, que a nova freguesia ficará integrada no Arciprestado de Ílhavo. 
O primeiro pároco foi o Padre José Soares Lourenço. Nessa altura havia uma capela de pequenas dimensões, sem valor arquitetónico, que, por estar demasiado junto à via pública, foi destruída, construindo-se a atual igreja paroquial. A sua construção iniciou-se em 2 de junho de 1969.
Passados dois anos, o povo católico sentiu a alegria de poder usufruir de uma igreja moderna. O templo é acolhedor e convidativo ao silêncio e à oração. Foi solenemente benzida a 17 de novembro de 1974 por D. Manuel de Almeida Trindade.
A igreja tem espaço suficiente para a população. Tem uma imagem da padroeira – Nossa Senhora do Carmo – de dimensões a condizer com o espaço. Na anterior capela havia uma imagem da padroeira que se encontra atualmente na sacristia, pois era demasiado pequena para o novo templo.
O altar é único e está em lugar de destaque permitindo boa visibilidade.

Fernando Martins

NOTA: No dia 17 de novembro de 1974 foi benzida a nova igreja. 

sábado, 14 de janeiro de 2017

Gafanha do Carmo — Jardim das Alminhas








Durante a minha recente passagem pela Gafanha do Carmo, rápida que o tempo urgia, procurei apreciar mais o que salta à vista. Numa bifurcação, bem visível para quem circula, lá estava o Jardim das Alminhas, com data de 1997, que traduz a fé das gentes do Carmo. O painel, que outrora nos assustava com as chamas do purgatório ou do inferno a infligirem um castigo terrível, temporário ou eterno, continua a dar que pensar. E a Nossa Senhora do Carmo lá estará a consolar algumas almas, lembrando, decerto, que Deus Misericordioso perdoará sempre...
Entretanto, fui informado por Domingos Vilarinho que as Alminhas já existiam antes da inauguração  do Jardim das Alminhas. 

domingo, 1 de janeiro de 2017

Cruzeiro da Gafanha do Carmo



No dia 29, quinta-feira, senti um apelo que me levou a passar pela Gafanha do Carmo. Eram as minhas raízes, do lado materno, a chamarem-me. A minha avó Custódia Luís Ferreira nasceu na então Gafanha dos Caseiros, em 28-08-1867.

Em adolescente e jovem por lá andei imensas vezes de casa em casa com os meus pais. Na rua por onde andava pouco resta daquilo que conheci há uns 70 anos. Passei, olhei numa tentativa de recordar. E fui atraído pelo cruzeiro que é quase da minha idade. Parei, fotografei, procurei registos, mas nada. Um casal que terá apreciado a minha curiosidade suscitou uma curta conversa. Garantiu-me que está como na origem, apesar de ter sido derrubado por um carro que se despistou. O marido da senhora evocou que ele próprio e uns vizinhos tiveram o cuidado de o reconstruir, aproveitando ao máximo o que era de aproveitar. E lá está ele. 
Na minha memória estava um cruzeiro maior, mas não, não senhor. Disse a senhora: — Talvez por nessa altura o senhor ser menino… 
É verdade. Em menino, coisas pequenas parecem-nos maiores. A memória não será tão rigorosa quanto julgamos.
Depois fui à cata. E aqui fica a nota do Padre Resende na sua Monografia:

«O terceiro Cruzeiro, ou melhor o Cruzeiro-Crucifixo, foi benzido e inaugurado na Gafanha do Carmo em 21 de Agosto de 1939, em Comemoração dos Centenários da Independência e Restauração de Portugal. Sobre a base com três degraus de cimento assenta o Crucifixo de pedra de Ançã, medindo a altura do conjunto 2m,50. 
O terreno e alguns materiais para a construção foram cedidos por Joaquim Maria Caçador.
O resto da despesa, que foi de 240$00, foi custeado pela Irmandade de Nossa Senhora do Carmo.»

Notas:

1. Atrevo-me a sugerir que seja aplicada no cruzeiro uma placa simples com a legenda: "Inaugurado em 21 de Agosto de 1939  - Irmandade de Nossa Senhora do Carmo". É importante esclarecer quem passa, seja gente da terra ou algum turista, como foi o meu caso.

2. Algumas vezes ouvi, até de gente com alguma cultura, que os cruzeiros são pelourinhos. Não têm nada a ver com os pelourinhos. São, simplesmente, monumentos religiosos comemorativos da Independência e Restauração de Portugal.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Gafanha do Carmo é freguesia há 56 anos

Já era paróquia desde 1957


A Gafanha do Carmo tinha, na altura da criação da freguesia, 1155 habitantes e um grau de desenvolvimento comunitário de grande valia. O sentimento de independência, acicatado pela criação de paróquia em 1957, terá levado o povo a alimentar brios de se organizar para civilmente se desligar da tutela de São Salvador, Ílhavo. 
Na sequência desse propósito, o povo organizou e endossou as suas pretensões às autoridades competentes, como era de lei.
Obtidos os pareceres indispensáveis, o processo culminou com a publicação do Decreto-Lei n.º 43 165, com data de 17 de setembro de 1960 e assinado pelo Presidente da República, Américo de Deus Rodrigues Thomaz, pelo Chefe de Governo, António de Oliveira Salazar, e demais ministros. 
Diz o Decreto-Lei que se atendeu ao que «representou a maioria dos chefes de família eleitores do lugar de Gafanha do Carmo», tendo sido considerado que «a nova circunscrição, com cerca de 297 fogos e 1155 habitantes, já constitui paróquia religiosa, tem igreja e cemitério paroquial».

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

56.º Aniversário da Criação da Freguesia da Gafanha do Carmo



Padre João Gonçalves com D. António Moiteiro
Padre João com Inês Leitão, autora do livro "O Padre das Prisões"
A Câmara Municipal de Ílhavo e a Junta de Freguesia da Gafanha do Carmo assinalam, no próximo dia 17 de setembro, sábado, o 56.º Aniversário da Criação da Freguesia da Gafanha do Carmo, numa Sessão Comemorativa, com o seguinte programa:

16h30 Concentração e visita à obra da Casa Mortuária da Gafanha do Carmo
17h00 Apresentação do documentário e do livro “O Padre das Prisões” do Padre João Gonçalves, no Centro Cultural da Gafanha do Carmo
Neste dia de aniversário, a Câmara Municipal de Ílhavo convida toda a população participar nesta sessão comemorativa, felicitando muito em especial aqueles que nasceram e habitam na Gafanha do Carmo.
 
Nota: Texto da CMI

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Gafanha do Carmo — Parque das Merendas


O Parque das Merendas da Gafanha do Carmo julgo que está devidamente preparado para receber quem aprecia, em tempo de verão, a sombra fresca do arvoredo enriquecida pela cobertura de palha. A merenda será fácil e as bebidas  também têm de marcar presença para refrescar corpos e ideias. Aproveitem porque daqui a uns tempos vai-se o sol e volta o frio tão desagradável.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Um retrato bonito da Gafanha do Carmo

A Cândida Pascoal, autora do texto que copiei do Facebook, presta desta forma uma bonita homenagem à Gafanha do Carmo, terra que lhe está na alma. Gostei muito e daqui, por esta forma, saúdo todos os emigrantes que cultivam o amor à sua terra-natal.

Igreja Matriz
«A minha terra tem uma "Rua de Baixo". Tem um "Café Central" e uma " loja do Ti Larico" e o Talho do Ti Mário da Fátima. No Largo da Igreja há um jardim para as crianças brincarem nesse largo e existe aos Domingos no fim da missa uns senhores a venderem fruta, ouro e lençóis. Tem várias pessoa que ainda fazem pão em casa. Flores amarelas de erva azeda em vez de ervas daninhas pelas bermas da estrada. Tem pessoas que dizem sempre "bom dia" a quem passa, mesmo que sejam desconhecidos, tem o Ti Tairoco sentado no seu banquinho, que nos chama de Cachopas 
Ao meio dia toca o Sino. Tem um campo da bola. Um Grupo União Desportivo. Tem um Centro Comunitário onde tomam conta dos nossos idosos, com jovens cheios de entusiasmo, o mesmo entusiasmo que teve o seu Fundador e a sua equipa. Tem um grupo de pessoas que, eles, vestem umas capas vermelhas, elas, uma blusa branca e uma saia preta e vão na procissão da festa e funerais.
Um carteiro que entrega cartas deslocando-se numa Vespa. Tem uma mercearia que toda a gente achou que ia à falência com a abertura do shopping mais próximo mas que resiste porque vende o pão da padeira, frango churrasco ao domingo e à quinta, os legumes mais frescos vindos directamente dos fornecedores locais, sempre que lhe falta um cliente idoso mais que um dia na loja, vai tentar saber junto da família e vizinhos se está tudo bem. Teve vacas e ordenhas que fizeram muitas vezes parar o trânsito. Tem Senhoras que moram ao pé do adro da Igreja e que vão a todos os funerais e velórios, mesmo que não conheçam os mortos. Tem um sino que se ouve, altaneiro, às onze da manhã de domingo. Tem vizinhos que se cumprimentam por "vizinhos" como se fosse um parentesco. Tem muita gente que não sabe o meu nome mas sabe de quem sou nora ou cunhada. Tem a ida aos cricos e ao moliço. Tem gente que se conhece pelo nome próprio. 
Do mês de Junho ao mês de Agosto as casas enchem-se, com gente, filha, prima, cunhada, netos, de muitos Ti Maria e de muitos Ti Manéis.
Tem [teve]  um Presidente da Junta que pertence aos Escuteiros.
A minha terra tem vida lá dentro. E vocês conhecem esta terra?;))

Cândida Pascoal»

Publicado em 2013


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Centro Comunitário da Gafanha do Carmo


Por Maria Donzília Almeida

Lar de Idosos

«Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. 
Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. 
Os anos que vão gradualmente declinando 
estão entre os mais doces da vida de um homem, 
Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, 
estes ainda reservam prazeres.»
                                                                                          
Séneca
«Amar uma pessoa significa... 
querer envelhecer com ela»

Albert Camus


Com o envelhecimento da população e a crescente participação da mulher, no mercado de trabalho, houve a necessidade de criar infra-estruturas materiais para acolher os idosos, no final da sua peregrinação na terra.
Assim, proliferou por todo o país, a abertura de “armazéns” polivalentes, para albergar aquela franja da população, que noutras épocas, não muito distantes, era levada para o monte! Felizmente, que só para alguns, os velhinhos são reduzidos à pura inutilidade.
Vivemos numa cultura do show off, em que se investem somas avultadas nas festas mundanas, mas não se acautela a herança a deixar aos vindouros. Estes são o espelho do ambiente onde vivem e reproduzirão um dia, para com os seus progenitores, os valores do respeito e valorização dos avós, neles incutidos!
Como nem tudo se pode pôr no mesmo saco, há a ter em conta que alguns idosos, quando chegam à fase terminal das suas vidas, não têm o apoio de ninguém da família para cuidar deles. Seja porque nunca tiveram descendência, seja porque o afastamento da prole em terras distantes não permite a prestação desses cuidados geriátricos, a sociedade viu-se compelida a dar resposta a essas lacunas.
Surgiu assim, a ideia de criar a essas pessoas, o ambiente acolhedor e ao mesmo tempo prestador de cuidados médico-sanitários, só que no coletivo! Aparecem assim os lares, alguns com boas instalações e uma gestão dos recursos humanos e materiais, a todos os níveis, louváveis.
Insere-se neste âmbito, o Lar da Gafanha do Carmo, que fiquei a conhecer, em pormenor, aquando duma visita guiada, no acompanhamento do progenitor num reencontro com um amigo da juventude e utente desta instituição.

Arquivo do blogue

TRADUÇÃO

GAFANHA -Séculos X-XII

O mar já andou por aqui... E se ele resolve regressar? Não será para o meu tempo, mas pode acontecer um dia!