Texto de Faria dos Santos,
Em “Aveiro e o seu
Distrito”, n.º 23/25, 1977/1978
Ilustração de Zé Penicheiro, no mesmo artigo
«Ao longo dos seus 45 quilómetros de comprimento, de Norte a
Sul, existem na Ria de Aveiro povoações piscatórias com elevada actividade na
pesca artesanal. Nomes como Ovar,
Torreira, Murtosa, S.
Jacinto, Costa Nova e Vagueira, estão intimamente ligados à ideia de
pesca.
Os dados actuais sobre as quantidades e valores de pescado
retirado da Ria de Aveiro são inexistentes. Na realidade com a extinção do
chamado «imposto de pescado», foram encerrados os 13 postos de despacho
alfandegário existentes na Ria. Sem eles não foi mais possível determinar os
níveis de captura alcançados. Numa tentativa de análise do problema recordemos
alguns dos valores recolhidos».
Com as dúvidas inerentes aos valores de vendagem declarados,
pode-se todavia afirmar que rondariam as 700/800 toneladas/ano as capturas
efectuadas na Ria de Aveiro. Admitindo que a riqueza piscícola da Ria haja sido
afectada pelos factores ecológicos e poluitivos do conhecimento geral, mas,
analisando também o número de
embarcações artesanais ainda em actividade e o seu número de tripulantes, é
aceitável o cálculo de 500 toneladas/ano para as capturas actuais na Ria de
Aveiro.
Em paralelo com a pesca na Ria de Aveiro desenvolve-se ainda
a pesca costeira utilizando as tradicionais e belíssimas embarcações de «Arte
de Xávega». Actualmente estão ainda em actividade cerca de dez destas
embarcações, sendo os seus lugares de actividade Mira, Vagueira, Costa Nova,
Torreira e Furadouro.