Hoje mesmo [sábado, 24-10-2009], por volta do almoço, recebi o convite para proferir umas palavras nesta festa comemorativa dos 25 anos do Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo, mais especificamente centradas no livro “Gafanha… O que ainda vi, ouvi e recordo”, de Maria Teresa Filipe Reigota, ela própria co-fundadora, ao lado de seu marido, do Rancho Regional em festa.
Deixando agora essa qualidade, que não pode ser esquecida, apraz-me sublinhar que a Teresa, professora do Ensino Primário aposentada, sempre manifestou interesse pelas tradições que a enformaram. No contacto com colegas, com alunos e pais, com pessoas jovens e menos jovens, de todos foi bebendo, sei que com sofreguidão, as marcas indeléveis destes povos que fizeram história pelo seu trabalho insano, no desbravar de terras maninhas, ancinhando a ria à cata do moliço, e alisando dunas, teimosamente soltas, que depois se tornaram terras férteis.
O seu ADN alberga, seguramente, essa capacidade de trabalho, de entrega a causas, de amor ao torrão-natal. Mas também alberga uma simplicidade cativante, um sorriso acolhedor (como os seus alunos terão apreciado esse seu ar!) e uma enorme predisposição para o diálogo, onde o saber ouvir é fundamental.