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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Rua Comendador Egas Salgueiro

Egas Salgueiro, o primeiro à direita, ao lado de Américo Tomás

Era uma honra trabalhar na Empresa de Pesca de Aveiro

A Rua Comendador Egas Salgueiro estendia-se desde a Rua Gil Vicente até à EPA – Empresa de Pesca de Aveiro. Com as obras da cintura portuária e da via-férrea de ligação ao Porto Comercial, ficou cerceada. Porém, foi uma rua com a sua história, já que dava acesso à mais importante, durante décadas, empresa de pesca do país.
Inicialmente, o acesso à EPA fazia-se por um caminho “cheio de entulho”, como nos confidenciou há dias o antigo presidente da Junta de Freguesia, Mário Cardoso. E nessa altura, porque aquela empresa merecia um acesso com o mínimo de dignidade, o empresário Egas Salgueiro avançou com uma comparticipação de 20 contos para que tal obra de realizasse. Isto passou-se em 1955.
Egas Salgueiro foi um notável empresário das pescas que muito contribuiu para o desenvolvimento da Gafanha da Nazaré e da região. A sua empresa era das mais conceituadas do país, sendo ele uma pessoa exigente e com capacidade para reconhecer o trabalho das pessoas. «Só se contentava com o melhor», afiançou-nos Mário Cardoso, que acrescentou: «Era uma honra trabalhar na EPA.»

terça-feira, 27 de outubro de 2009

GAFANHA DA NAZARÉ: Rua Camilo Castelo Branco

Um escritor que todos os portugueses conhecem

 Camilo Castelo Branco

Homenagem merecida a um dos grandes escritores da Língua Portuguesa. Penso que não há nenhum português, minimamente letrado, que não conheça O Amor de Perdição, obra famosa de Camilo Castelo Branco.
Não consta que o escritor, falecido em 1890, com 65 anos de idade, alguma vez tenha passado por esta nossa terra, ainda longe de figurar no mapa de Portugal com o título de freguesia, o que só aconteceu, como os leitores do Timoneiro sabem, em 1910. De qualquer forma, e porque é hábito no nosso País baptizar as ruas com nomes de gente célebre, compreende-se, perfeitamente, a lembrança, para quem passa, de Camilo Castelo Branco.
Desde a minha juventude que me deixei seduzir pelas estórias, com enredos, ora simples ora complicados, que Camilo, possuidor de uma escrita bastante rica, soube retratar nos seus livros, reproduzindo cenas e vidas do quotidiano, felizes ou dramáticas, na verdadeira acepção das palavras.
De tal modo que, ainda hoje, me encanta a releitura de obras suas, pela boa disposição que criam em mim. Algumas com uma actualidade ajustada a todos os tempos, sobretudo quando descreve a figura de políticos que deixaram tristes seguidores. Amores e desamores, paixões e paixonetas, adultérios e dramas pungentes, santos e pecadores, de tudo um pouco nos mostra Camilo em dezenas de livros, ou não vivesse ele daquilo que escrevia e publicava em tudo onde coubesse bom Português.
Camilo também protagonizou os seus dramas. Estudou, foi seminarista, valdevinos, conquistador, adúltero, polemista temido, visconde e escritor multifacetado: romancista, novelista, dramaturgo, poeta, cronista, etc.
Fugiu com uma senhora casada, Ana Plácido, atitude que o obrigou a esconder-se, andando com ela de terra em terra. Por fim, decerto cansado de viver em refúgios, cai na prisão da Relação, no Porto, onde terá delineado e escrito, em 15 dias, o célebre Amor de Perdição, baseado na vida de um apaixonado parente. Aí foi visitado pelo Rei D. Pedro V e se encontrou com o famoso Zé do Telhado, encontro esse que foi descrito em Memórias do Cárcere.
Em S. Miguel de Seide, onde viveu com Ana Plácido, um filho dela e dois filhos do casal (Jorge, doente mental, e Nuno, um irresponsável), começa a acentuar-se a perda de visão, recebe um oftalmologista de Aveiro, Dr. Edmundo Machado, que atendeu o pedido que o escritor lhe dirigiu, para que o fosse observar. Depois da consulta, Ana Plácido acompanhou o médico à porta. Camilo percebeu do oftalmologista a impossibilidade de cura para a sua cegueira. Pegou numa pistola e disparou um tiro na cabeça. Pouco passava das 15 horas do dia 1 de Junho de 1890. Morreu às 17 horas desse mesmo dia.

Fernando Martins


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TRADUÇÃO

GAFANHA -Séculos X-XII

O mar já andou por aqui... E se ele resolve regressar? Não será para o meu tempo, mas pode acontecer um dia!