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domingo, 9 de dezembro de 2012

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 320


PITADAS DE SAL – 50 




AS MULHERES E O SAL…

Caríssima/o:

Reservei esta pitada, por estarmos a viver a festa da Imaculada Conceição, para conversarmos sobre a relação das Mulheres da Gafanha com o sal. Talvez ainda se lembrem que era nesta data que se celebrava o Dia da Mãe. Por tudo isto, andava às voltas com as palavras para ver o melhor alinhamento, quando nos entrou pela porta a senhora Amélia a gritar:
- Nossa Senhora me valha, mas não tanto!
E foi-nos contando o valente trambolhão que acabara de sofrer…
Quase me atrevo a dizer que esta súplica irrompeu de muitas bocas de mulheres que correndo pelas pranchas dificilmente se equilibravam com a canastra de sal à cabeça! Isso no-lo atestam as imagens e os livros:

«Como o testemunha esta já antiga fotografia, tempos houve em que os marnoteiros da ria de Aveiro (e não só desse espaço lagunar) utilizavam, essencialmente, mão-de-obra feminina no transporte do sal, das zonas de produção para os lugares de armazenamento. Esse trabalho rude era feito com o auxílio de canastras, que as corajosas mulheres da Aveiro e de outras localidades vizinhas levavam à cabeça...» 

domingo, 18 de novembro de 2012

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 317

PITADAS DE SAL – 47


E OS PROPRIETÁRIOS DAS MARINHAS?!..

Caríssima/o:

As marinhas tinham donos (os proprietários) e havia pessoas que nelas trabalhavam: os marnotos, os moços, as mulheres... 
Nos tempos que já lá vão (há 50, 60 e mais anos…), tínhamos vizinhos em todas estas «classes». Com que deferência eram tratados os nossos patrícios donos de marinhas de sal! E na memória coletiva pairava a ideia de «pessoas ricas». 
Também os marnotos estavam uns degraus acima dos artistas nas várias profissões; trabalhavam muito e no duro, mas gozavam da fama de que tinham dinheiro. 

Mas afinal de quem são as marinhas?
Com vossa licença vou desdobrar algumas páginas que nos apresentam dados concretos e curiosos:

domingo, 9 de setembro de 2012

Tecendo a vida umas coisitas - 307

PITADAS DE SAL – 37 



A ALIMENTAÇÃO DOS MARNOTOS E SEUS MOÇOS 

Caríssima/o: 

E haverá certa curiosidade em saber como se alimentariam os marnotos e os respetivos moços; contudo, os alimentos e a confeção não andariam longe dos hábitos e costumes da população em geral. Se não, veja-se algo do que está escrito:

«Findo este trabalho, o moço mais velho que era habilidoso a cozinhar, foi tratar da bacalhoada, enquanto eram ultimados outros serviços. 
Agora, enquanto o tabuleiro era amanhado, o pessoal aproveitava para almoçar. 
A comida era despejada do panelão, numa travessa grande, e todo o pessoal comia dessa travessa. Cada um pegava no seu garfo, partia um pedaço de boroa e toca a comer, que a manhã tinha sido de muito trabalho e tinha puxado pelo corpo… 
No final da refeição, aquele que não estivesse satisfeito, pegava num bocado do miolo da boroa que tivesse sobrado, e fazia migas no resto do caldo da bacalhoada. Era saboroso. Mas, azar! Não tínhamos trazido colheres. Só uma colher grande de pau, que serviu para mexer a comida enquanto era cozinhada, e para prová-la, para saber se estava bem temperada. Não faz mal. 
- Come um de cada vez e anda à roda, foi o alvitre! 
Assim fizemos, e não constou que alguém tenha adoecido!» [Ângelo Ribau Teixeira, em O Sonho]

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TRADUÇÃO

GAFANHA -Séculos X-XII

O mar já andou por aqui... E se ele resolve regressar? Não será para o meu tempo, mas pode acontecer um dia!