Intervenção do Grupo Etnográfico na 1.ª Conferência Primavera, iniciativa da paróquia da Gafanha da Nazaré, ontem, 7 de Maio, no salão Mãe do Redentor.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré - 3
domingo, 14 de setembro de 2008
Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré - 2
Por mais complexo que seja o processo de nascimento de uma qualquer instituição, há sempre uma data que se fixa como a primeira. Assim, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré nasceu oficialmente no dia 1 de Setembro de 1983, sendo lógico aceitar que a fecundação aconteceu anteriormente, com mais rigor em 1980/81, na referida festa da Catequese, em que alguém avançou com a ideia de se dançar e cantar modinhas dos nossos avós, no encerramento do ano catequético. E se é verdade que se assumiu aquela data como a mais próxima da realidade, também é certo que o registo do nascimento se fez em 11 de Julho de 1986, através de escritura notarial. Nesse dia, no Cartório Notarial de Ílhavo, a cargo da licenciada Maria Helena de Matos Ferreira, assinaram a escritura, como fundadores do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, os seguintes: Alfredo Ferreira da Silva, José Manuel da Cunha Pereira, Maria Isabel Fidalgo das Neves Nunes, José Maria Serafim Lourenço, Maria Isabel da Rocha Ribau Amarante, Augusto Manuel da Rocha Amarante, José da Costa Ferreira, Maria de Lurdes Matias Cravo, Humberto Nunes Merendeiro, José Manuel Ribau Augusto, Maria Rosália Figueiredo Rodrigues Teixeira, Maria Helena Pereira de Sousa, David Soares Caçoilo, João Álvaro Teixeira da Rocha Ramos, José Augusto Vilarinho Fidalgo, Maria da Conceição Bola Soares e Manuel Joaquim Retinto Ribau. A publicação da escritura veio no Diário da República de 14 de Agosto de 1986, III Série. Entretanto, os corpos gerentes do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré ficaram assim constituídos: Assembleia Geral: Presidente — João Álvaro Teixeira da Rocha Ramos Secretários — Paulo Manuel Marques Riço David Soares Caçoilo Direcção: Presidente — Alfredo Ferreira da Silva Vice-Presidente — José Manuel da Cunha Pereira Secretário-Geral — José Augusto Teixeira Rocha Secretário-Adjunto — Paulo Jorge Albuquerque Teixeira Tesoureiro — José da Costa Ferreira Tesoureito-Adjunto —Maria Isabel Fidalgo das Neves Nunes Vogais — Maria Conceição Bola Soares Alda Rei Albuquerque Rosa Bela Vidreiro Pata Conselho Fiscal Presidente — Manuel Cravo da Rocha José Maria Serafim Lourenço Eduardo Aníbal Falcão Ribeiro Arvins O primeiro ensaiador do Grupo foi Acácio José Teixeira Rito Nunes, mas tempo depois, por motivos da sua vida profissional, teve de emigrar, sendo substituído por Carlos Alberto Pereira de Sousa, que acabou por abandonar essas funções por ter ingressado num Seminário, na perspectiva de vir a ser ordenado sacerdote, como veio a acontecer. O terceiro ensaiador foi Eduardo Aníbal Falcão Ribeiro Arvins.
FM
:
sábado, 7 de junho de 2008
Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré - 1

Como à época era tradição, o final do ano catequético era assinalado por uma festa-convívio em que catequistas e catequizandos davam largas à sua imaginação. Não só mostravam as suas habilidades, com cânticos, músicas e pequenas peças de teatro, quantas vezes marcadas pela apresentação de quadros bíblicos, como cimentavam amizades que perduravam por toda a vida. Ainda hoje assim é, sendo certo que muitos cristãos jamais esquecem quantos lhes transmitiram a fé em Jesus Cristo.
Durante os preparativos para uma dessas festas da Catequese, de que era presidente Alfredo Ferreira da Silva, pelo ano de 1980/81, alguém lembrou, entre os quais o prior da altura, padre Miguel Lencastre, que seria interessante apresentar umas danças e cantares dos nossos avós, na esperança de preservar alguns vestígios folclóricos de que não havia grandes referências. E da ideia à prática foi um ápice. Era preciso mesmo pôr de pé a sugestão. E aí começou a germinar o que viria a ser o ponto de partida para a criação de um Grupo Etnográfico.
Porque um projecto destes não pode apoiar-se no improviso, quantas vezes deturpador da realidade, alguém propôs que se contactassem pessoas mais velhas, sempre fundamentais a qualquer trabalho do género. Manuel Retinto Ribau (o tio Retinto), Maria do Carmo Ferreira (tia Maria Ruça) e Maria dos Anjos Sarabando (a tia Sarabanda), entre outros, que antes haviam participado num rancho sem grandes preocupações de rigor, foram os primeiros a ensinar o que se cantava e dançava no seu tempo de jovens.
No salão paroquial, os encarregados de pôr de pé e no palco as danças dos nossos avós, aqueles convidados foram ouvidos, tendo mesmo exemplificado como se cantava e dançava a “Farrapeira”. Depois avançaram com o “Vira de quatro” e foram essas as duas primeiras peças que hoje, e desde então, começaram a fazer parte do repertório do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, como ex-libris da nossa terra, sobretudo a primeira.
Apesar da idade já avançado daqueles avós do Grupo, que nos ensaios não se cansavam de repetir as referidas danças, eles foram, sem dúvida, o primeiro livro aberto e vivo por onde se começou a aprender o folclore na nossa terra. Incansáveis, lá foram dizendo e cantando, com as suas vozes já gastas pela vida, mas ainda bem timbradas, as letras e cantares dos nossos antepassados, numa demonstração clara de que a cultura popular regista conhecimentos que todos temos obrigação de aprender para passar aos vindouros.
Num desses ensaios, que decorriam pela noite fora, ficámos encarregados de levar de carro o tio Retinto a sua casa. Acompanhou-nos o Acácio Nunes. Reparámos então que ele transpirava por todos os poros, tal foi o esforço despendido a cantar e a dançar.
- Será que este esforço e o suor não lhe vão fazer mal? — perguntámos.
- Não pense nisso! — respondeu prontamente. E acrescentou:
Aprendidas as danças e cantares, vieram os ensaios, mais a rigor. Agora com a ajuda dos músicos, cujos nomes ainda é possível recordar, com ressalva para qualquer lapso, que será corrigido num futuro escrito, até porque este não passa de um subsídio para a história do Grupo Etnográfico da Gafanha as Nazaré. Pela nossa memória e por aquilo que indagámos, foram eles o José Maria Serafim Lourenço, o Carlos Alberto Ferreira, o David Soares, o Manuel Alegria e o Albino Ribau. Como cantadores, registámos os nomes do tio Retinto e da Odete Rola, os que mostraram na festa da Catequese como se cantava antigamente nas Gafanhas.
Depois da apresentação das duas danças e cantares na festa de encerramento do ano catequético, com os trajes mais ou menos a rigor e segundo indicação dos mesmos “mestres”, a ideia de continuar não mais parou. O bichinho já estava no corpo de muitos. As pesquisas e os registos não mais deixaram os entusiastas que logo a seguir estiveram na base desta instituição que tornou a Gafanha da Nazaré mais presente um pouco por todo o País e noutras paragens do mundo.
A convite dos responsáveis da Catequese, o autor destas linhas participou em alguns encontros para falar dos antepassados da Gafanha, dos seus usos e costumes, das suas tradições e da sua génese. Indicou pistas de actuação, de procura do genuíno folclore e falou da importância de se não brincar com a Etnografia, enaltecendo a necessidade de se apresentar em público somente o que oferecesse garantias de autenticidade.
Surge então a proposta de se contactar alguém da Federação do Folclore Português. O nome do saudoso José Maria Marques, na altura vice-presidente da Federação, foi indicado por seu irmão, Severim Marques. Lá se dirigiu a Mourisca do Vouga, onde residia, uma comitiva da Gafanha da Nazaré, constituída por Alfredo Ferreira da Silva, Carlos Alberto Ferreira, Acácio Nunes e por mim próprio.
No primeiro contacto, pouco ou nada se adiantou. José Maria Marques apenas se limitou a uma conversa de circunstância, onde abordou a importância da cultura popular, fazendo logo aí a apologia do rigor histórico como fundamental a qualquer trabalho deste género. Numa segunda visita, leu-nos um trabalho que havia escrito sobre o folclore e etnografia da Gafanha, com a indicação de danças e cantares, trajes e outras tradições. Cedeu então esses apontamentos que alguém guardou. Nunca mais foram vistos.
No entanto, verificámos que nem tudo corresponderia à verdade etnográfica da nossa terra, pelo que se optou, e bem, por avançar para pesquisas no terreno, paulatinas mas firmes e apoiadas no testemunho dos gafanhões mais idosos.
Arquivo do blogue
TRADUÇÃO
Acerca de mim
GAFANHA -Séculos X-XII
O mar já andou por aqui... E se ele resolve regressar? Não será para o meu tempo, mas pode acontecer um dia!

-
O mar já andou por aqui... E se ele resolve regressar? Não será para o meu tempo, mas pode acontecer um dia!
-
Foto da Família Ribau, cedida pelo Ângelo Ribau António Gomes da Rocha Madail escreveu na revista “Aveiro e o seu Distrito”, n.º 2 de 196...
-
A maneira de falar... «A maneira de falar, um tanto ou quanto cantada, com alguma malícia pelo meio, entre risadas contagiantes, é que...