quarta-feira, 28 de maio de 2008

Auto de Revista da Capela de Nossa Senhora da Nazaré

“Aos trinta do mês de Julho do anno do Nascimento de N. S. Jesus Christo de mil novecentos e dez, no logar da Gafanha e do concelho d’Ilhavo d’esta Diocese de Coimbra, compareceram o M. R. Arcypreste do Districto Eclesiástico d’Aveiro, Manuel Ferreira Pinto de Sousa, comigo António Joaquim Soares de Rezende, escrivão mas em cumprimento da Ordem junto que lhe foi dirigida pelo Exm.º e Rev.mo Prelado diocesano, para responder aos artigos na mesma mencionada, para a creação duma nova parochia no referido logar da Gafanha, creada por decreto de vinte e três de Junho do corrente anno. E, passado, digo, passando o M. R. Arcypreste a responder, sobre os mesmos artigos, disse ao primeiro, que o Orago da nova freguesia devia ser - Nossa Senhora da Nasareth - por ser esta a vontade dos novos parochianos (o que acha muito justo) visto que a mesma Capella foi sempre dedicada a Nossa Senhora da Nazareth; ao segundo verificou que a dita capella mede de comprimento dezanove metros e oito de largura e portanto tem a capacidade necessária para n’ella ser erecta provisoriamente a nova parochia, em quanto não se conclue o novo templo destinado ao mesmo fim, que se acha em adiantada construção e fica de grandes dimensões; Ao terceiro que na referida capella há vasos sagrados, paramentos, alfaias e todos os utensílios indispensáveis n’uma egreja parochial e tudo em perfeito estado de conservação e aceio; e ao quarto que também se acha já assente na mesma capella a pia baptismal, que é nova. E dando por concluido, o M.R. Arcypreste as diligências, mandou escrever este auto que por elle vai ser assignado, depois de lido por mim, Padre António Joaquim Soares de Rezende, escrivão ad hoc que o escrevi e assigno. Manuel Ferreira Pinto de Sousa António Joaquim Soares de Rezende.

NOTA: A criação de uma freguesia impunha a existência dum templo digno para o culto. Para verificar isso mesmo, deslocou-se à Gafanha, ao lugar da Chave, em 30 de Julho de 1910, o Arcipreste do Distrito Eclesiástico de Aveiro, Diocese de Coimbra, para verificar se estava tudo conforme as leis da Igreja Católica.

FM

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