sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os cricos



Sou do tempo em que a apanha dos berbigões  (cricos) e outros bivalves era livre. Os gafanhões e visitantes tinham acesso à ria por todos os lados e dela se serviam, de alguma maneira,  para a sua alimentação. Sobretudo nas horas livres, lá ia o pessoal apanhar os cricos, entre outras ofertas da laguna, que existiam em abundância e não custavam nada. Depois, tudo se comia às refeições, segundo receitas elementares, que não lhe retiravam o sabor. E a experiência secular não deixava de alertar para se respeitar o tempo de defeso, que coincidia com o perigo das toxinas que provocavam diarreias. Toda a gente sabia que nos meses sem "r" (maio, junho, julho e agosto) era proibido comer marisco. Agora, pelo que me dizem, a ria está a ser explorada por viveiristas e nela, nas zonas não concessionadas, só com licença é autorizada a apanha. Hoje por ali andavam algumas pessoas, atarefadas, apanhando umas coisitas para alguma patuscada. Que saudades tenho de tudo isso!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Estruturas orgânicas do Porto de Aveiro

Porto de Aveiro (pormenor)

JAFOA — Junta Administrativa e Fiscal das Obras da Barra: 1858 a 1887.

Circunscrição Hidráulica, 2.ª de Aveiro: 1887 a 1898.

JAOBRA — Junta Administrativa das Obras da Barra e Ria d’Aveiro: 1898 a 1921.

JARBA — Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro: 1921/1923 a 1950.

JAPA — Junta Autónoma do Porto de Aveiro: 1950 a 1998.

APA — Administração do Porto de Aveiro: 1998 …

Fonte: “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro”

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cronologia relacionada com o Porto de Aveiro – 2


D. Rodrigo de Sousa Coutinho

(Transcrição de “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro — 1808-1932”)

1764 — A Vereação da Câmara de Aveiro apresentou um auto de vistoria da barra, novamente difícil para a navegação, estando presentes o capitão-mor de Ílhavo e o cônsul holandês em Aveiro, Jacob Henrique Severim.

1771 — A Vereação da Câmara de Aveiro, reunida, descreve as oscilações da profundidade da barra.

1777 — O tenente-coronel Guilherme Elsden, de nacionalidade inglesa, juntamente com Isidoro Paulo Pereira, capitão de infantaria, com exercício de engenheiro, e Manuel de Sousa Ramos, observou o sítio da barra e os rios que desembocavam na Ria.

1777 — Sobe ao trono D. Maria I.

1780 — João Iseppi e Jeronimo Iseppi, seu filho, e Tomás Perona e Hermigildo Biassini, de nacionalidade italiana, projectavam a obra da barra.

1780 — Obras no esteiro de Aveiro.

1781 — O Doutor José Monteiro da Rocha, lente catedrático da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, visitou as obras da barra.

1788 — Aveiro estava alagada, por obstrução da barra.

1788 — O Marechal de Campo Guilherme Luís António de Valeré examina o estado das obras da Barra de Aveiro.

1791 — Presença de Estêvão Cabral, professor hidráulico, com ordens para realizar o exame da abertura da barra de Aveiro e a elaboração de Plano competente.

1794 — Exposição da Câmara de Aveiro ao rei para que se desalagassem os campos da Comarca.

1796 a 1812 — D. Rodrigo de Sousa Coutinho, Conde de Linhares, Ministro da Marinha e Ultramar (1796-1801), depois presidente do Real Erário (1801-1803). Acompanhou a família real para o Brasil, em 1807. Em 1808 foi nomeado Ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, até 1812.

(Continua)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vagoneta à vela


Este é um desenho-projeto de uma vagoneta para o transporte de pedra com locomoção à vela, publicado no livro "Exposição Histórico-Documental do Porto de Aveiro". Confesso que não sei se alguma vez chegou a ser construída esta vagoneta e se, então, veio a ser utilizada, aquando das obras da Barra de Aveiro. Mas gostaria de saber se foi e se resultou. Tenho cá as minhas dúvidas.

FM

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cronologia relacionada com o Porto de Aveiro – 1

Marquês do Pombal



(Transcrição de “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro — 1808-1932”)


1750 — Sobe ao trono D. José I e nomeia Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, como Secretário dos Negócios Estrangeiros, que assumirá um papel preponderante nos assuntos relativos à cidade e ao porto de Aveiro.

1751 — Criação de um cofre de recolha de verbas provenientes dos reais da água, 2 em cada quartilho de vinho e 2 em cada arrátel de carne e do dobro das sisas, explicitamente dedicadas a obras da abertura da Barra de Aveiro.

1755, 6 de Outubro — Criação da Superintendência da Obra da Abertura da Barra.

1756 — Criação do Cofre da Barra de Aveiro, destinado a recolher os reais de toda a Provedoria de Aveiro (comarcas de Aveiro e Feira).

1756 — Presença do engenheiro Carlos Mardel no estudo da Barra de Aveiro.

1756 a 1763 — Guerra dos Sete Anos, exigindo uma organização das forças e infra-estruturas militares.

1757, 11 de Fevereiro — João de Sousa Ribeiro, capitão-mor de Ílhavo, concentrou na Vagueira, frente ao Forte Velho, cerca de 80 juntas de bois, e mais de 200 homens, iniciando a abertura de uma vala que serviu de barra.

1758 — Presença em Aveiro, para o estudo da barra, dos seguintes técnicos: Francisco Xavier do Rego, Francisco Pinheiro da Cunha e Adam Venceslau Hetochoffs; Louis d’Álincourt e François Hyacinte de Polchet.

1758, 3 de Setembro — Atentado contra D. José I em que são implicados os Duques de Aveiro. Em 17 de Janeiro de 1759 extinguiu-se a Casa de Aveiro e anularam-se todas as doações feitas a esta Casa.

1759, 11 de Abril — Aveiro é elevada a cidade, de seguida a centro de comarca (de Esgueira para Aveiro) e de Provedoria (de Esgueira para Aveiro).

1759, 18 de Abril — Carta do capitão-mor de Ílhavo, João de Sousa Ribeiro, com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, dirigida ao Marquês de Pombal, em que relata todas as acções que desenvolveu em 1757, as propostas de fixação da barra, as técnicas empregues, as obras necessárias no cais da cidade e a construção de pontos de orientação e fixação de pilotos, no Forte Novo.

Continua...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ensino das primeiras letras na Gafanha

Da Cartilha Maternal de João de Deus

É ponto assente que muitos dos primitivos povoadores da Gafanha eram, academicamente falando, analfabetos ou semianalfabetos. Teriam a cultura da experiência feita, do contacto com os familiares e amigos e do pequeno mundo que limitava os seus horizontes. Escolas não havia. Alguns padres preparavam os candidatos ao sacerdócio, sendo garantido e normal que um ou outro aluno derivasse para outras áreas do saber.
Do testemunho oral que colhi, do meu privilegiado interlocutor, João Catraio, à hora da sesta, no Verão, ou ao serão, no Inverno, os jovens de qualquer idade aprendiam a ler, escrever e fazer contas com mestres, sem estudos para além do essencial, colhidos talvez da mesma forma que agora seguiam.
Na época das colheitas, os pais ou os próprios alunos pagavam aos senhores mestres com géneros, da melhor maneira que podiam. Uns mais do que outros, conforme as posses.

In "Gafanha da Nazaré - 100 anos de vida"

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Escolas na Gafanha da Nazaré

Escola Feminina da Marinha Velha. Classe de 1958,
com a sua professora. Algumas meninas descalças

Em 7 de Julho de 1880 é criada a Escola Masculina na Gafanha e um ano depois, a 24 de Dezembro, surge a Escola Feminina. A primeira funcionava na zona do actual Lar Nossa Senhora da Nazaré e a segunda na Cale da Vila.
Segundo a MG, o primeiro professor oficial da Gafanha [todas as actuais Gafanhas] foi o Padre João da Silva Gomes, natural da Légua (Ílhavo), que faleceu pároco aposentado do Troviscal.
Depois dessas metas, outras foram respondendo aos desafios da sociedade em franco crescimento a vários níveis. Escolas Primárias, Escolas Preparatórias e Secundárias. Depois do 25 de Abril, sobretudo, surgiram as Creches e os Jardins-de-Infância, as ATL (Actividades de Tempos Livres).
O ensino já não é fruto de circunstâncias ocasionais, para horas de sesta ou de serão, mas são resultado de políticas programadas e de concepções das novas sociedades para um novo homem, direccionado para um futuro altamente competitivo e suportado por tecnologias de ponta. O improviso, tão típico do povo português, passou à história, sendo substituído pela ousadia dos desafios, pela prontidão das respostas e pela coragem com que se enfrenta a ânsia de mais e melhor.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um texto sobre Mestre Mónica

A propósito da história da "Nau Portugal", o Administrador-Geral do Porto de Lisboa, Eng. Salvador de Sá Nogueira, diz do Mestre Mónica o seguinte, no "Arquivo do Distrito de Aveiro":

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Juniores do Grupo Desportivo da Gafanha

Juniores da época 1975/76

Esta foto dos juniores do Grupo Desportivo da Gafanha, da época de 1975/76, foi-me enviada pelo João Costa, emigrante no Canadá, que não esquece esta nossa terra e os amigos, em especial os que com ele jogaram futebol. Diz que na foto é o 2.º, da esquerda para a direita, na linha de baixo. E lembra: «se bem recordo, esta equipa foi campeã distrital, ganhando,  na fase final,  ao Valecambrense, em casa, no campo do Forte da Barra, por 5 a 3. »
Quem pode e sabe  lembrar os restantes jogadores, dirigentes e treinador?

Aos homens do mar

  Aos homens da nossa terra, que do mar fizeram a sua vida. Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré 1996 «Ó mar salgado, quanto do teu sal s...