sábado, 12 de julho de 2008

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 3

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II – A Música Velha não podia morrer A Música Velha não podia morrer. E para não morrer, tinha de mudar e de criar incentivos, atraindo aprendizes com vontade de continuarem na banda, depois de se tornarem executantes minimamente à altura. Tinha pouco mais de meia dúzia de executantes. Mas até esses, sentindo a falta de apoios à Filarmónica e o abandono da maioria, chegaram a perder algum entusiasmo. Os poucos que restavam eram de Vale de Ílhavo, Lavandeira, Moitinhos, Bonsucesso, Gafanhas e Ílhavo. Dois de Ílhavo, pouco tempo tocaram na Música Velha, que se viu sem ajudas de qualquer entidade ou instituição, e sem o trabalho de ilhavenses apaixonados por este género musical, de tantas e tão antigas tradições na vila. Em Abril de 1972, e numa última tentativa de salvar a Música Velha, os músicos que ainda permaneciam fiéis colocaram na regência um dos executantes resistentes. Dionísio Claro dos Santos Marta, natural de S. Salvador, Ílhavo, e residente na Gafanha da Nazaré, impôs apenas uma condição para aceitar o cargo: que fosse criada uma Escola de Música. Foi assim que o novo e inexperiente regente salvou a Filarmónica. Passou a deslocar-se a Ílhavo duas vezes por semana, para dar lições de música a novos aprendizes. Infelizmente, contudo, a breve trecho ficaria sozinho e sem aprendizes, já que, em Ílhavo, não havia quem quisesse aprender música. Mas se em Ílhavo se verificou o desinteresse total pela aprendizagem da música, com destino à banda, na Gafanha da Nazaré começaram a surgir jovens que queriam aprender e que almejavam vestir a farda da Filarmónica. Até meados de 1982 foram muitos os dirigentes que ficaram à frente da Associação. Nesse mesmo ano, no dia 30 de Abril, um grupo de cidadãos funda oficialmente a Escola de Música Gafanhense, na Gafanha da Nazaré, pois era nesta vila que apareciam jovens interessados em aprender música. O objectivo desta escola recém-criada, desprovida de sede social e em regime de coabitação com a Filarmónica Ilhavense, era a formação musical dos seus sócios, através do pagamento de uma quota simbólica anual. A escola e a banda tinham como principal preocupação a formação de novos músicos para a banda, trabalhando assim em estreita colaboração para o desenvolvimento cultural da Gafanha da Nazaré.
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