domingo, 27 de julho de 2008

A Nossa Gente



Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira

Não somos muito dado a elogios. Achamos que todos temos a obrigação de dar o nosso melhor à comunidade, sem esperar benesses nem honras. Como pessoas e como cristãos. Mas há casos e casos. Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira são dos tais casos que não podem ficar esquecidos. Pelo seu testemunho de vida e pela sua entrega aos outros, aos que mais sofrem, há mais de meio século. Decerto como muitos outros das nossas comunidades, de quem ninguém fala, mas que encarnam vidas exemplares.
Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira começaram há 50 anos um trabalho que ainda hoje mantêm de pé, único no País, na altura. O apoio a raparigas em perigo moral, a mães solteiras abandonadas pela família e ex-prostitutas. Como vicentinas, que ainda são, não se limitaram a reivindicar fosse o que fosse. Fizeram o que podiam e souberam fazer, fundando a OBRA DA PROVIDÊNCIA. Sem alardes, sem parangonas nos órgãos de comunicação social. Lutando contra muitos, mesmo no seio da Igreja a que sempre pertenceram como pessoas empenhadas.
Desde há meio século, ainda hoje têm como projecto de vida olhar para os mais pobres. Diz-se, com carinho, que se reúnem todos os dias. Depois da missa. Não para dizerem mal da vida alheia, mas para procurarem soluções urgentes para os problemas dos que não têm auxílio de ninguém. Nem mesmo de departamentos oficiais que tinham obrigação de estar mais atentos. E não resolveram elas muitos problemas a pedido de organismos estatais? Mas fizeram-no e fazem-no com inteira disponibilidade e espírito cristão. Sem teologias e filosofias tantas vezes balofas.
Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira são duas MULHERES que se complementam. Razão e coração sempre de braço dado. A olhar para os mais carentes. Há 50 anos. São de verdade um sinal preclaro de vidas exemplares. Como muitas outras, certamente. E nelas, homenageamos os cristãos e outros que se dão à comunidade a tempo inteiro. Sem nada esperarem em troca.
F.M.
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NOTA: Texto publicado no "Correio do Vouga" de 25 de Junho de 2003
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