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Aviação Naval de S. Jacinto


Hangar de S. Jacinto - 1918 (da Rede Global)

Na segunda metade da I Grande Guerra, os hidroaviões para defesa da costa portuguesa começaram a espelhar-se e a amarar na laguna aveirense, por acordo estabelecido com o Governo francês. Não havia capacidade económica e outra para Portugal assumir a defesa da sua própria zona costeira. Os técnicos e outro pessoal francês instalaram-se então em S. Jacinto com uma pequena esquadrilha. 
Terminada a guerra, os franceses abandonaram as precárias instalações que haviam ocupado em S. Jacinto, ficando aquele centro entregue à Aviação Marítima. 
Entretanto, aquela povoação impôs-se como centro de aviação, com muitos acontecimentos e projetos de permeio, até que, em 20 de Maio de 1925, é criada a Aviação Naval “Almirante Gago Coutinho”, para funcionar em S. Jacinto. Porém, a sua instalação só aconteceu em 1934. 
Joaquim Duarte, em artigo publicado nos três volumes do Boletim Cultural da Gafanha da Nazaré, diz que, desde 1916, «nunca a Gafanha da Nazaré deixou de ter pessoal seu ao serviço daquele estabelecimento militar. Foi na verdade uma constante e por indicações de fotografias do tempo podemos certificar-nos que, nos anos 20, o pessoal civil tinha “gafanhões” no seu meio». 
Acrescenta, a seguir, que na década de 40 testemunhou a existência de algumas figuras na Escola de Aviação Naval “Almirante Gago Coutinho”, «como Raul Ventura que nos meses de Outono e Inverno, interrompido o trabalho nas salinas, onde exercia as funções de marnoto, se dedicava a beneficiar os caminhos e jardins da Unidade, auxiliado por pessoal contratado para o efeito» 
Ainda recordou, com palavras elogiosas, Mestre Rocha, que foi presidente da Junta de Freguesia; Júlio de Aveiro, inigualável contador de anedotas e homem de teatro e das marchas são-joaninas; e João Maria Facica, sempre solícito para com os seus colegas de trabalho. 

Fonte: Joaquim Duarte, em “Hidro-Aviões nos céus de Aveiro” 

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