sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Recordando o Padre VIdal

Padre Vidal

O primeiro assistente religioso
da Obra da Providência


Em data imprecisa, de 1955, Maria da Luz Rocha dirige-se à livraria da Casa Católica, em Aveiro, na Rua José Estêvão, à procura de livros de formação para as raparigas que estavam a ser ajudadas, tal era a sua preocupação com a vida delas, apoiada em esclarecimentos com consistência cristã. Encontra ali um sacerdote, a quem pede conselho sobre os livros a comprar, tendo, na altura, esclarecido a natureza das futuras leitoras. Era o padre António Henriques Vidal, ao tempo e durante décadas assistente religioso da Obra de Santa Zita, uma instituição vocacionada para o acolhimento e ajuda a raparigas que, vindo do interior do país, procuravam trabalho na cidade.

Ao tomar conhecimento do trabalho que estava em desenvolvimento na Gafanha da Nazaré, mostrou interesse em ver de perto essa iniciativa inovadora na região, o que veio a acontecer pouco tempo depois.
O Padre Vidal, sacerdote virtuoso e muito dinâmico, sente-se atraído por mais este desafio que Deus lhe proporcionou, assumindo uma colaboração institucional muito relevante, tendo sido assistente eclesiástico desde o início até 10 de Outubro de 1970.
Quem o conheceu de perto, como eu o conheci, sabe que ele possuía o dom de nos entusiasmar pelas coisas de Deus. Homem de oração fervorosa, não se ficava por aí, tentando sempre levar à prática, na vida concreta das pessoas e das comunidades de que foi pároco, uma vida nova alicerçada no Evangelho de Jesus Cristo.
Recordo o dia em que me procurou para o ajudar numa tarefa delicada. Um católico, nosso conhecido, dedicou-se uns tempos, na terra em que o Padre Vidal era pároco, à exploração de um estabelecimento comercial, empregando raparigas como chamariz. Era preciso esclarecê-lo da inconveniência de tal negócio, tanto mais sendo ele  um católico e bom chefe de família. O Padre Vidal conseguiu que tudo terminasse em bem, comprometendo-se a indicar caminhos de vida digna para essas raparigas.
Dizia-se que este sacerdote nunca iniciava qualquer tarefa espinhosa sem “conversar”, horas sem conta, com o Senhor, junto do sacrário. Era, realmente, um homem de acção e de oração.
O Padre Vidal nasceu em 16 de Julho de 1922 e foi ordenado presbítero em 29 de Junho de 1951, por D. João Evangelista de Lima Vidal. Faleceu em Fátima, no lar de Betânia, das Cooperadoras da Família, no dia 24 de Maio de 2000, tendo sido sepultado no dia 26 do mesmo mês e ano, no cemitério de Valongo do Vouga.

Fernando Martins

Do livro “Obra da Providência”, em preparação

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