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Gafanha da Nazaré — Sétima Década

1970 – 1979
Santuário de Schoenstatt
Complexo Desportivo da Gafanha da Nazaré
A sétima década começou com o excelente entendimento verificado entre o Prior, Padre Domingos, e o seu coadjutor, Padre Miguel. Pessoalmente, testemunhei, como colaborar assíduo, esse entendimento, até porque, espiritualmente, estavam em sintonia. Ambos comungavam, há anos, os ideais schoenstattianos, razão que levou o Padre Miguel a optar pela Gafanha da Nazaré.
Com a saída do Padre Domingos para Salreu, a dinâmica paroquial intensificou-se com novos rumos no horizonte. Muitas famílias estavam ligadas a Schoenstatt e a cooperação com a paróquia era sintomática da unidade que se desejava entre lugares da freguesia. E foi nesta década que se implementou a determinação de levar a comunidade a apostar nos benefícios de mudanças apoiadas no estudo e na concretização de projetos credíveis e viáveis.
Começou a sentir-se a urgência de “dar uma volta” à organização paroquial. Porém, essa convicção não nasceu espontaneamente, mas foi fruto de muita reflexão de grupos convocados, que assumiram tarefas de transformação pela positiva.
O Vaticano II tinha terminado em 1965 e era preciso que as comunidades católicas se adaptassem aos novos e extraordinários desafios lançados pelo Concílio Ecuménico.
Mais estudantes, mais gente formada com cursos superiores, mais cultura e um certo desafogo económico abrem novos horizontes. Também o teatro se impôs, para além do que era habitual e que se traduzia em representações esporádicas em festas ocasionais, da catequese, da Ação Católica e outras. A moda dos festivais da canção também pegou entre nós. E o teatro aparece de forma mais organizada.
Em 25 de Abril de 1974 é posto fim ao chamado Estado Novo com a Revolução dos Cravos, que restituiu as liberdades fundamentais ao povo português.
Ainda em 1974, o Forte da Barra foi reconhecido como imóvel de interesse público, por decreto de 21 de Dezembro.
Novos serviços paroquiais são criados, em especial, Pastoral de Doentes (1973), Ministros Extraordinários da Comunhão (1975), grupo de jovens Talitha Kum (1977), Festival da Canção (1978), Agrupamento n.º 588 do Corpo Nacional de Escutas (1979) e o Stella Maris passa a desenvolver uma intervenção social e pastoral, logo depois do 25 de Abril. Ainda se iniciaram os projetos de construção de três capelas (assim chamadas na altura): Chave, Cale da Vila e Praia da Barra.
Em 20 de Março de 1976, por alvará emanado da Secretaria de Estado da Estruturação Agrária, foi cedida gratuitamente uma parcela de terreno, sito na Colónia Agrícola, à Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, para usufruto do Grupo Desportivo da Gafanha. O mesmo alvará adianta que «A cedência referida poderá ser rescindida nos casos legalmente previstos e designadamente se o usufrutuário não cumprir as obrigações a que fica adstrito, em especial as de, no prazo de cinco anos efetuar ou ter em vias de acabamento as obras necessárias à prossecução dos seus objetivos sociais». 
O Santuário de Schoenstatt foi inaugurado em 1979, passando a ser, a partir daí, um centro de espiritualidade de grande expressão na região.

Nota: Alguns temas apontados serão abordados mais tarde. 

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