Centro cívico para convívio e lazer
No mês passado, lembrámos neste jornal a publicação do decreto de D. Manuel II, último rei de Portugal, que autorizou a criação da paróquia, datado de 23 de Junho de 1910, pouco tempo antes da implantação da República. Com essa autorização, e indicadas as razões que levaram o Estado a aceitar a criação de uma paróquia, o Bispo de Coimbra leva à prática o sonho dos habitantes desta terra. E diz assim:
“Attendendo a que a Capella de Nossa Senhora da Nasareth do dito logar da Gafanha tem capacidade conveniente, os paramentos, vasos sagrados e alfaias necessárias para servir provisoriamente de igreja parochial, enquanto se não conclue o novo templo, cuja construção se acha muito adiantada; e, finalmente, conformando-Nos com o parecer do M.R. Dr. Promotor do Bispado (…) – Julgamos legitimamente erecta e canonicamente instituída a referida freguesia da Gafanha, composta do logar da mesma denominação que será desanexado da freguesia d’O Salvador d’Ílhavo, desta mesma Diocese, tendo por orago Nossa Senhora da Nasareth, e ficando o respectivo parocho com a congrua annual de cem mil reis e com as benesses e emolumentos que forem de uso, direito e costume na freguesia da qual é desanexada.”
O Jardim 31 de Agosto, que simboliza e recorda aquela decisão, está no sítio certo, ao lado da igreja matriz, que esteve, no fundo, na base de tudo. Com parque de estacionamento a condizer, Centro Cultural como desafio constante, com as suas valência abertas a toda a gente, Extensão de Saúde, restaurante com bar, café com esplanada e campos de jogos, é um verdadeiro espaço cívico que permite o convívio e alguns momentos de lazer. Em lugar estratégico, a estátua do padre João Ferreira Sardo, um gafanhão que muito lutou pela criação da paróquia, tendo sido o seu primeiro prior.
Dizemos em lugar estratégico, porque está voltada para o Centro Cultural, como que a lembrar a quem passa que a cultura é indispensável para um progresso sustentável. Perto estão a sede da Junta de Freguesia e os CTT, bem como diversos estabelecimentos comerciais. Tem, ainda, o cemitério, que pode sugerir, a alguns, a recordação dos entes queridos que já dormem o sono eterno.
Fernando Martins
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