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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 334

POSTAL DO PORTO – 199 




PROSTRADOS… LEMBRA A QUARESMA! 

Hora de ponta na cidade; sabeis como é: trânsito intenso, nervos à flor da pele, bichas, apitadelas, acelerações, travagens bruscas, e ainda muitas situações que na banda desenhada dão uma certa vida às quadrículas, mas que francamente me abstenho de transcrever em letra que gente possa ler. 
Qualquer um pode ser apanhado. Também nessa tarde esperei em casa que viessem pelas duas netas que nos fizeram companhia. Lição de música com hora marcada. Entraram no carro da mãe que ainda conseguiu fazer inversão de marcha, mas foi apanhada… Que arrelia! 

Pela minha parte tinha outro compromisso, adeus, e segui pelo passeio, observando (e ouvindo) reações de ar carrancudo. Mas na esquina da rua esticavam-se pescoços para a direita e ecoavam gargalhadas. Fiquei curioso! Não precisei de alterar o meu percurso e fui seguindo no meu ritmo que já não pode ser muito apressado. 
Se vos disser o que vi grande vai ser a vossa admiração, tal como a minha, com muitos pontos de exclamação!!! E o que vi?! Um homem deitado na estrada, atravessado! Um carro parado e o condutor fora, de braços abertos, de braços cruzados, gesticulando! Não ouvia as palavras, mas o «deitado» não se mexia… 

Então, sem mesmo fechar os olhos, eu já estava no passeio frente ao Zézé das Caldeiradas, pé descalço, calça arregaçada, a fazer arruaça com outros companheiros. Em tudo havia semelhança com o que se passava ali na rua Central de Francos, mas as diferenças eram muito significativas para mim: na rua José Estêvão (ainda não havia avenidas!) o homem que se deitava era nosso conhecido, o Pessa. E ele não se deitava… Quando o carro se aproximava, sempre a uma velocidade razoável, ele atirava-se (com toda a propriedade: projetava-se!) para a frente do carro… Chiadeira infernal dos pneus e, não poucas vezes, condutores furiosos que só não lhe esmurravam os fagotes porque alguém pulava e chamava à razão a fúria. Mas era cada calafrio! 

E aqui está como numa tarde de sol frio de fevereiro me transportei ao solo pátrio por uma razão não muito edificante. Já agora duas conclusões: 
O trânsito, passados três quartos de hora, normalizou. 
A segunda, mais do que conclusão, uma proposta: introduzir no nosso código da estrada o sinal que copiei da legislação dum país europeu que foi muito falado por causa da carne de cavalo. Assim os automobilistas não precisavam de se incomodar, apenas respeitar o código. 

Manuel 

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