PITADAS
DE SAL – 33
O VESTUÁRIO DOS
MARNOTOS
Caríssima/o:
Olhando para as imagens que encabeçam
o escrito e tendo presente o dito chinês que põe uma imagem a valer mil
palavras, o melhor que teria a fazer era silenciar-me tantas e tão díspares
mensagens nos ficam disponíveis. Se não, surge a tentação da interpelação…
Se hoje é assim (ausência quase total de
tecido a cobrir e proteger o corpo), como foi outrora?
As reconstituições folclóricas
respondem-nos:
«
No século XIX, o operário salícola trajava
manaia
(espécie de calção)
e
camisa branca em linho ou tecido cru, sem colarinho e sem punhos;
faixa
preta ou encarnada;
barrete
de fazenda de lã ou chapéu preto de aba larga
e
lenço vermelho de algodão estampado.»
Podem acrescentar-se alguns
pormenores:
As manaias, bragas ou calções, seriam
largos de cor azul em algodão;
A camisa também poderia ser de lã
branca;
Faixa preta ou encarnada à cintura;
O chapéu preto de feltro e o barrete
de fazenda de lã;
O lenço preso com uma caixa de
fósforos.
Já agora digamos que «o pescador diferenciava-se no vestir com
seu carapuço preto de lã, camisa axadrezada em quadros de uma só cor e ceroulas
de iguais padrões, tudo em lã, enquanto à cinta vestia uma faixa preta de
semelhante qualidade, com franjas nas extremidades. De uma maneira geral, pelo
final do outono e no inverno, todos usavam o tradicional gabão com mangas,
romeira e capuz, de burel à semana, preto para festas e uso dominical».
E
para terminar só uma olhadela para a salineira que «usava saia garrida comprida e blusa de motivos claros, com rendas nas
mangas; por cima da saia, um avental de serguilha e, sobre a blusa, um xaile
colorido, de franjas longas, traçado da esquerda para a direita; normalmente,
andava descalça ou calçava chinelas pretas envernizadas, enquanto que na cabeça
usava um chapéu de aba larga arqueada, onde prendia um lenço de lã, também
garrido».
Manuel
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