Numa terra que tem por lema “O Mar por Tradição” e que defende a ideia, legítima, de ser a “Capital do Bacalhau”, não podia faltar uma festa dedicada ao “fiel amigo”, que o foi, de verdade, em tempos que já lá vão. Hoje, o bacalhau não será assim tão fiel na mesa de uma família comum, porque se habituou ou o obrigaram a estabelecer-se na mesa das mais abastadas.
A festa, que é o Festival do Bacalhau, com organização da Câmara Municipal de Ílhavo e da Confraria Gastronómica do Bacalhau, vai ter lugar no Jardim Oudinot, entre 15 e 19 de agosto, sendo garantido que vai trazer à nossa região, mormente à Gafanha da Nazaré, milhares de pessoas. Vêm não só pela gastronomia à base do bacalhau, com pratos confecionados a gosto e saber de especialistas em matéria culinária, respeitando-se, naturalmente, os sabores dos nossos ancestrais, mas também para usufruírem de um espaço de lazer, único na Ria de Aveiro.
Bacalhau à moda de conceituados cozinheiros, assado de várias formas, bolinhos de bacalhau, feijoada de samos, línguas e carinhas de bacalhau fritas, chora ao jeito dos nossos pescadores nos mares da Terra Nova e na Gronelândia, entre outros pratos, hão de compatibilizar-se com o palato dos visitantes. Não faltarão doces típicos das nossas terras da beira-mar e da beira-ria, bem como os vinhos adaptados às escolhas culinárias dos que marcarão presença no Festival.
O Festival do Bacalhau, contudo, não se vai circunscrever à gastronomia, já de si um elemento preponderante da nossa cultura. Teremos concertos para diversos gostos, nomeadamente, Adelaide Ferreira (dia 15), Lucky Duckies (16), Quim Barreiros (17), UHF (18) e Carminho (dia 19).
Integrado na festa, estará o Navio-museu Santo André, decerto uma novidade para muitas pessoas, em especial as mais novas, ou não seja ele uma representação viva da pesca do bacalhau por arrasto, chegando a ser, no seu tempo, um campeão na captura do “fiel amigo”. Ainda teremos animação de rua, exposições, música, cinema ao ar livre e artesanato. Vão ser, seguramente, cinco dias cheios de alegria, de convívio sadio, de reencontro de amigos e conhecidos, de descontração em ambiente de férias para muitos portugueses, porque o Festival do Bacalhau não se destina apenas às gentes das nossas terras e terras vizinhas, mas a todos os que gostam do que é realmente bom e não pode perder-se.
Fernando Martins
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