sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fruta da Época...

Maria Donzília Almeida


Menina Olga

O nosso local de trabalho é o espaço multifacetado e privilegiado para o exercício das relações humanas. Aqui se somam responsabilidades, se multiplicam conflitos, se dividem tarefas, se subtrai tempo, mas onde também se partilha, quase tudo. 
A Escola é um local vocacionado para a partilha de saberes, de sentimentos, de emoções, que acompanham qualquer elemento da comunidade educativa. Aos saberes, vêm associados os sabores que, sazonalmente aparecem nas atividades pedagógicas que envolvem toda a comunidade escolar. 
Ainda, há pouco tempo, foram degustados os sabores de uma variedade de sopas da região, onde houve partilha e altruísmo dos restaurantes locais. 
Devo, particularmente, referir aqueles sabores que dos pomares, chegam até ao bar da sala dos professores, pela mão dos seus donos. Assim, vêm, até nós, as cerejas, na primavera, ameixas, no verão, figos, romãs, fisális, maçãs, uvas no outono, os citrinos, no inverno. Hoje mesmo, chegou uma cesta de chuchus, para distribuir pelos colegas. Até o limão, que pertence à classe menos nobre da fruta, aqui é partilhado, por igual. Não fosse, ainda, desconhecido de muita gente, o conselho de Dale Carnegie, “Dum limão....faz-se uma limonada!” e o meu limoeiro estaria, em apuros, para satisfazer todas as encomendas! 

No seu livro “How to Stop Worrying and Start Living”, (Como Vencer as preocupações e Começar a Viver), o americano reabilitou o limão, numa frase que definiu uma filosofia de vida. Relegado para uma categoria menos apreciada, na hierarquia dos frutos, cada vez mais, nos tempos modernos, se descobrem novas potencialidades deste citrino. 
E assim, consoante a natureza vai prodigalizando os frutos aos seus donos, assim estes, generosamente, os vão partilhando com aqueles que na sua condição urbana, não dispõem de espaço para os cultivar. Até os marmelos apareceram, como por milagre, em casa, após uma ingénua referência à falta de produção desta espécie, cá no pomar. Alguém que ouviu e esteve atento, forneceu a quantidade necessária para a confeção da tão apetecível marmelada, no outono incipiente. Bem haja e augúrios de uma renovada e abundante produção! 
Outra iguaria que se degusta neste espaço, é o bolinho, oferecido pelo aniversariante do dia, que gosta de partilhar a alegria de estar vivo, no meio de toda esta gente, no seu próprio local de trabalho! 
E, como há tantos trabalhadores, nesta escola, apesar dos cortes que se têm verificado, neste setor, é quase raro o dia, em que não há bolinho...  no bar! 
Criam-se assim, pequenas pausas no trabalho, para descomprimir, refazer energias e comunicar o que vai na alma dum professor atribulado! 
As palavras, essas fluem como as cerejas: quando se puxa uma, vêm aos molhos e adoçam e retemperam as mais das vezes. 
Por detrás de tudo isto, está, sempre, o rosto amistoso e franco, da Menina do Bar (ou será da Menina do Mar... aqui, tão perto!?) que reparte, magnanimamente, o seu sorriso, por todos! Não tem mãos a medir, nos pequenos e grandes breaks que preenchem o quotidiano laborioso do professor! 
Que nunca lhe falte a alegria, pois com ela vem sempre acoplado o seu sorriso encantador! 

16.11.2012

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