quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Rua Afonso de Albuquerque


Rua Afonso de Albuquerque

A minha rua
Maria Júlia Sardo

Como todas as ruas da Gafanha da Nazaré, a minha começou por ser um caminho desbravado e pisado pelos pés das pessoas. Era estreito e foi alargando, porque era necessário passar com os carros de bois, amanhar as terras, que apelidavam de “crastas”. 
Entretanto, os filhos dos proprietários das mesmas foram construindo as suas casas, ao longo do caminho, alargando-o. 
Como o Sr. Luís Pires tinha um armazém onde guardava as suas camionetas, que faziam o transporte de areias, houve necessidade de alargar o caminho um pouco mais e ensaibrá-lo. Segundo ouvi, de uma Senhora, foi quando construiu a sua casa, mais ou menos há quarenta anos, que a rua foi alcatroada. 
Disseram-me, também, que esta rua era conhecida por “rua das conhoeiras” (palavra da família de conhão; significava bocado de…), porque existiam meia dúzia de casas das conhoeiras e janicas.Mais tarde, com a necessidade dos carteiros identificarem as ruas, foi-lhe atribuída a letra “L”.  Quando a minha casa lá foi construída, há 28 anos, já tinha o nome de um grande homem: Afonso de Albuquerque. 

Embora não veja alguma relação entre a rua e o nome que lhe foi atribuído, entendi fazer uma pequena síntese sobre a figura de Afonso de Albuquerque, conhecido por “O leão dos mares”. Foi o segundo vice-rei da Índia, entre 1509 e 1515. Segundo Figueiredo Lopes, foi um grande marinheiro, soldado, estadista, administrador e diplomata. 
Conquistou várias cidades importantes, como Ormuz, Goa e Malaca, fundou o Império Português do Oriente, com a capital em Goa, e promoveu o casamento de portugueses com mulheres indianas, para harmonizar as duas raças. 
Depois de tanta coisa feita, diz o autor, D. Manuel I não reconheceu a sua grande obra. Foi grande o desgosto de Afonso de Albuquerque. De tal modo que, antes de morrer, dirigiu uma carta ao Rei, onde dizia: “Mal com os Homens por amor de el-rei, mal com el-rei por amor dos Homens; bom é acabar.” 
Morreu a 15 de Dezembro de 1515, em Goa, onde quis ser sepultado.

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