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Recordações: Pombos-correios na Gafanha da Nazaré

Largada de pombos-correios na dia do município

Os corredores de fundo

Quando os pombos-correios começaram a sobrevoar, em bando, a nossa terra, na década de cinquenta, longe estaríamos de pensar que esta “paixão” de alguns gafanhões chegasse tão longe. Mobilizar 1250 pombos, todas as semanas, para concursos nacionais e internacionais, durante seis meses, não será tarefa fácil.
Nos princípios, em data que não posso precisar, fui convidado para assistir a um encontro de formação destinado a columbófilos da Gafanha da Nazaré. O palestrante, dos lados do Porto, era especialista no assunto e com fama de campeão.
Foi um gosto ouvi-lo, sobre o tratamento, seleção e arte de treinar campeões. E pelas perguntas que lhe faziam os participantes, compreendia-se que não estavam ali para brincar. Os pombos-correios tinham e têm, pelo que ouvi, horários para cumprir, alimentação selecionada e regrada, regras para atender as sugestões do dono e truques para entrarem no pombal sem perda de tempo, que os minutos e segundos contam bastante nos concursos.
Imagino quanto sofrem os columbófilos da nossa terra, e não só, quando algum pombo se perde no caminho durante as provas em que têm de mostrar resistência, capacidade de sofrimento, e um sentido de orientação, que lhes é próprio, muito apurado.

Fernando Martins

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